quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mitos sobre déficit de atenção e hiperatividade - Revista Crescer


É causado pelos pais, que não impõem limites aos filhos


O transtorno tem uma das mais altas taxas de herdabilidadegenética da psiquiatria, de cerca de 75%. Fatores ambientais podem fazer os genes se manifestar com mais facilidade, como hemorragias cerebrais ou quando a mãe  fuma ou bebe na gestação. Já a maneira como os pais criamos . lhos pode piorar a doença, mas não é a sua .

Ver TV e jogar videogame em excesso causam TDAH.

Alguns estudos mostram que crianças com TDAH vêm mais TV e jogam mais videogame que as outras, mas a relação não é de causa. Justamente porque têm dificuldade de se concentrar é que precisam de estímulos mais fortes, como a TV. Mesmo assim, elas retêm bem menos informação e têm desempenho pior nos games que as crianças normais.

A psicoterapia pode resolver o problema. Não há necessidade de remédio.

Não são todos os casos, mas 80% das crianças vão precisar da medicação. E isso não tem a ver com a gravidade do distúrbio. A anorexia, por exemplo, pode até matar, mas é melhor tratada com terapia. Quanto ao TDAH, apenas um tipo de terapia mostrou benefícios, a do tipo cognitivo-comportamental, mas apenas em adultos. Os estudos não mostram benefício em crianças. Isso não significa que ela não possa fazer terapia: pode, para lidar com os sintomas secundários, os traumas decorrentes da doença e, muitas vezes, com as comorbidades existentes.


Só crianças têm TDAH, adultos não.
O transtorno aparece, sempre, na infância, e geralmente continua pela vida toda. Os casos de cura são minoria. O que pode ocorrer é que os sintomas de hiperatividade diminuem nos adultos, dando lugar à sensação de inquietude interior, o que dificulta o diagnóstico.

É muito difícil realizar o diagnóstico.

Normalmente, os pais percorrem uma romaria de médicos até descobrir o que a criança tem. Isso ocorre porque o desconhecimento sobre o tema ainda é grande no Brasil. Mesmo os especialistas, às vezes, têm pouca informação sobre o assunto. Mas quando se encontra um profissional que conheça bem o distúrbio, não é difícil detectá-lo, porque os sintomas já são bem descritos na literatura médica.


Adaptar o ambiente e conceder direitos especiais para portadores impede que superem a doença.

O TDAH é um transtorno crônico. Ele não é curado, mas controlado, e o tratamento se faz todo dia. Por isso, de nada adianta esperar que a criança vá “superar” a doença. Ela pode, sim, aprender a conviver com ela, como um paciente com diabetes ou um deficiente físico com cadeira de rodas.

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