quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Professor é afastado após insultar alunos e quebrar porta de escola no litoral de SP

Um professor de geografia foi afastado de suas atividades após insultar alunos e uma outra professora em uma escola estadual de Caraguatatuba (litoral de São Paulo). O professor também teria quebrado a porta de uma sala de aula.

A confusão aconteceu na última terça-feira na Escola Estadual Ismael Iglesias. De acordo com a Polícia Civil, o professor teve um desentendimento com uma aluna e iniciou uma série de xingamentos. Uma professora tentou intervir e também foi insultada e empurrada pelo professor.

A polícia afirmou ainda que o professor jogou carteiras e bateu uma porta, que acabou quebrando. A aluna, a professora e a diretora da escola registraram boletim de ocorrência contra o professor no 1º DP da cidade.

A Secretaria Estadual de Educação afirmou que o professor foi afastado de suas atividades após a confusão. "Uma comissão formada por três supervisores de ensino foi designada para apurar o caso e ele permanecerá afastado até que a apuração preliminar seja concluída", afirmou a pasta por meio de nota.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/807083-professor-e-afastado-apos-insultar-alunos-e-quebrar-porta-de-escola-no-litoral-de-sp.shtml

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Discalculia, o mal de números

Dificuldade matemática pode não ser preguiça ou falta de vontade, mas disfunção neurológica


Imagine um jogo de futebol entre Corinthians e Guarani no Pacaembu. Quem entra no estádio é capaz de perceber claramente que a torcida do Timão é maioria nas arquibancadas. Mas saber distinguir qual é a maior ou a menor parcela do público pode não ser tão simples para quem tem discalculia, uma disfunção neurológica caracterizada pela dificuldade de resolver cálculos matemáticos e pela falta de noção de quantidades.


Na reta final do ano letivo, esse “mal dos números”, de difícil diagnóstico, pode estar por trás do desempenho ruim do estudante na matemática – a má performance escolar, porém, pode ser influenciada por inúmeros fatores. Para dimensionar a discalculia hoje no Brasil, o psicólogo Pedro Pinheiro Chagas, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais, coordena um estudo sobre a prevalência da disfunção no Brasil, cujos resultados serão divulgados em 2011.

“Ainda há poucas pesquisas sobre o tema no País, ao contrário do que ocorre com a dislexia (distúrbio relacionado à linguagem).”

Para o cientista político discalcúlico Alexandre Barros, de 68 anos, a dislexia é mais conhecida e tratada porque as pessoas vivem de palavras. “É mais fácil esconder a dificuldade com números do que com a linguagem”, diz.


Os sinais da discalculia variam conforme a idade (veja quadro acima), mas todos os portadores do distúrbio costumam sofrer nas aulas de matemática. Segundo a psicopedagoga Valéria de Andrade Cozzolino, da Associação Brasileira de Dislexia, o discalcúlico não consegue adquirir o conteúdo por mais que se esforce e, quando os pais e os professores demoram a perceber que as notas baixas não resultam de preguiça ou má vontade, as consequências podem ser graves. “As crianças sofrem, são rotuladas pelos professores de preguiçosas e isso afeta muito a autoestima”, diz.

Especialistas concordam que o diagnóstico do distúrbio é muito complexo e que depende da avaliação de uma equipe multidisciplinar. Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, explica que a discalculia é genética e acompanha o indivíduo durante toda a vida.

“Assim como o disléxico troca o ‘p’ pelo ‘d’, o discalcúlico troca o 39 pelo 93”, exemplifica Quézia.

Segundo o neurologista Luiz Celso Pereira Vilanova, professor da Universidade Federal de São Paulo, é comum que a discalculia esteja associada a outros distúrbios, como a dislexia e o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). “É mais raro ter apenas a dificuldade com os cálculos matemáticos. Estudos apontam a incidência de uma em cada 40 mil pessoas”, afirma.

Quando os professores ou os pais percebem que os tropeços da criança com relação aos números são maiores do que o comum, a recomendação é que se procure um profissional na área, como psicopedagogo ou neurologista. O tratamento, que varia de pessoa para pessoa, deve envolver o resgate da auto-estima do indivíduo. A psicopedagoga Valéria explica que, durante o tratamento, o aluno aprende a criar uma estratégia diferenciada para que ele construa seu próprio caminho de aprendizado.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

- Quanto mais cedo se descobre que uma criança tem a discalculia, mais facilmente ela aprenderá a lidar com o distúrbio. Por isso, é importante que professores e pais estejam atentos aos primeiros sinais e encaminhem o jovem a um especialista o quanto antes.

- A falta de conhecimento sobre a disfunção pode provocar sérios danos à autoestima do estudante. Além de recuperá-la, o tratamento prevê também a criação pelo aluno de uma estratégia diferenciada para que ele construa seu próprio caminho de aprendizado.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,discalculia-o-mal-de-numeros,617127,0.htm

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mitos sobre déficit de atenção e hiperatividade - Revista Crescer


É causado pelos pais, que não impõem limites aos filhos


O transtorno tem uma das mais altas taxas de herdabilidadegenética da psiquiatria, de cerca de 75%. Fatores ambientais podem fazer os genes se manifestar com mais facilidade, como hemorragias cerebrais ou quando a mãe  fuma ou bebe na gestação. Já a maneira como os pais criamos . lhos pode piorar a doença, mas não é a sua .

Ver TV e jogar videogame em excesso causam TDAH.

Alguns estudos mostram que crianças com TDAH vêm mais TV e jogam mais videogame que as outras, mas a relação não é de causa. Justamente porque têm dificuldade de se concentrar é que precisam de estímulos mais fortes, como a TV. Mesmo assim, elas retêm bem menos informação e têm desempenho pior nos games que as crianças normais.

A psicoterapia pode resolver o problema. Não há necessidade de remédio.

Não são todos os casos, mas 80% das crianças vão precisar da medicação. E isso não tem a ver com a gravidade do distúrbio. A anorexia, por exemplo, pode até matar, mas é melhor tratada com terapia. Quanto ao TDAH, apenas um tipo de terapia mostrou benefícios, a do tipo cognitivo-comportamental, mas apenas em adultos. Os estudos não mostram benefício em crianças. Isso não significa que ela não possa fazer terapia: pode, para lidar com os sintomas secundários, os traumas decorrentes da doença e, muitas vezes, com as comorbidades existentes.


Só crianças têm TDAH, adultos não.
O transtorno aparece, sempre, na infância, e geralmente continua pela vida toda. Os casos de cura são minoria. O que pode ocorrer é que os sintomas de hiperatividade diminuem nos adultos, dando lugar à sensação de inquietude interior, o que dificulta o diagnóstico.

É muito difícil realizar o diagnóstico.

Normalmente, os pais percorrem uma romaria de médicos até descobrir o que a criança tem. Isso ocorre porque o desconhecimento sobre o tema ainda é grande no Brasil. Mesmo os especialistas, às vezes, têm pouca informação sobre o assunto. Mas quando se encontra um profissional que conheça bem o distúrbio, não é difícil detectá-lo, porque os sintomas já são bem descritos na literatura médica.


Adaptar o ambiente e conceder direitos especiais para portadores impede que superem a doença.

O TDAH é um transtorno crônico. Ele não é curado, mas controlado, e o tratamento se faz todo dia. Por isso, de nada adianta esperar que a criança vá “superar” a doença. Ela pode, sim, aprender a conviver com ela, como um paciente com diabetes ou um deficiente físico com cadeira de rodas.