quinta-feira, 27 de maio de 2010

TDAH: Santa Casa oferece tratamento gratuito para crianças

Pais que têm filhos muito agitados e desconfiam que eles sofram de Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAHI), aí vai uma boa notícia: a Santa Casa de Misericórdia do Rio está com 50 vagas para o tratamento gratuito de crianças com esse problema.

Mas, segundo Fabio Barbirato, chefe do departamento de psiquiatria infantil da instituição, nenhum dos pacientes ter feito qualquer tratamento antes ou estar no meio de um:

- A iniciativa é voltada para pessoas humildes, que não teria como pagar esse tratamento, que é caríssimo. Só a avaliação pode custar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

Outras informações podem ser obtidas no telefone da Santa Casa: 2533-0118. E, caso você ache que seu filho pode ter TDHI, veja abaixo uma lista com os sintomas. Se forem identificados entre 5 e 6 deles com a intensidade "bastante" ou "demais", você deve encaminhar a criança para uma avaliação especializada.

1. Falha em prestar atenção aos detalhes ou comete erros por falta de cuidado em trabalhos escolares e tarefas.

2. Dificuldade em manter atenção em tarefas ou em brincadeiras.

3. Parece não escutar quando lhe falam diretamente.

4. Não segue instruções e falha em terminar temas de casa, tarefas ou obrigações.

5. Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades.

6. Evita, não gosta ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam manutenção do esforço.

7. Perde coisas necessárias para suas atividades (brinquedos, livros, lápis, material escolar).

8. É distraído por estímulos alheios.

9. É esquecido nas atividades diárias.

10. É irrequieto com as mãos ou pés ou se remexe na cadeira.

11. Abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais isto é inapropriado.

12. Corre ou escala em demasia em situações nas quais isto é inapropriado.

13. Tem dificuldades para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer.

14. Está a mil ou frequentemente age como se estivesse a "todo vapor".

15. Fala em demasia. 16. Dá respostas precipitadas antes das perguntas serem completadas.

17. Tem dificuldade para aguardar a vez.

18. Interrompe ou se intromete em conversas ou brincadeiras.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dislexia e TDAH: saúde na escola

Você sabe o que é dislexia e déficit de atenção?

O que significa todas essas palavras complicadas? Precisamos entender o que são e a importância delas. Vamos lá!

Dislexia é quando e a criança tem dificuldade em aprender a ler e escrever. Costuma ser identificada na alfabetização e acontece mesmo quando o aluno tem uma inteligência acima da média. Não há cura, mas remédios ajudam os disléxicos a conviver e superar suas dificuldades.

Já o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é quando uma pessoa mostra sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade.

O transtorno nasce com a pessoa e assim como a dislexia e aparece na infância, quase sempre acompanhando o indivíduo por toda a sua vida.

Nas duas situações a pessoa tende a sentir-se triste, frustrada e com comportamentos agressivos.

Infelizmente, a maioria das escolas do Brasil não dá suporte aos alunos que apresentam essa dificuldade e nem ao menos têm conhecimento do problema.

Pensando nisso, o senador Gerson Camata (PMDB do Espírito Santo) apresentou um Projeto de Lei 7081/10 que obriga o diagnóstico e tratamento de dislexia e de transtorno de déficit de atenção para estudantes do ensino básico.

A ideia é assegurar aos alunos o acesso aos objetos didáticos adequados ao desenvolvimento da aprendizagem e oferecer aos professores cursos específicos sobre o diagnóstico e o tratamento dessas disfunções.

Na Câmara dos Deputados, o projeto precisa ser votado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

sábado, 1 de maio de 2010

O que é o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH)


Antes de sugerir que um aluno tem hiperatividade, veja se é sua aula que não anda prendendo a atenção. Cinco pontos essenciais sobre esse transtorno

À primeira vista, a estatística soa alarmante: de 3 a 6% das crianças em idade escolar sofrem com o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (o nome oficial do TDAH), que muita gente conhece somente como hiperatividade. Quer dizer então que, numa classe de 30 alunos, sempre haverá um ou dois que precisam de remédio?

Não. Na maioria das vezes, o acompanhamento psicológico é suficiente. E, se o problema for bagunça ou desatenção, vale analisar se a causa não está na forma como você organiza a aula.


"Geralmente, a inquietação costuma estar mais relacionada com a dinâmica da escola do que com o transtorno", diz Ma­u­ro Muszkat, especialista em Neuropsicologia Infantil da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Quando o caso é mesmo de TDAH, são três os sintomas principais: agitação, dificuldade de atenção e impulsividade - que devem estar presentes em pelo menos dois ambientes que a crian­ça frequenta.

Por tudo isso, nun­­ca é demais lembrar que o diagnóstico precisa de respaldo médico. Veja cinco pontos essenciais sobre o transtorno.

1. Agitação não é hiperatividade

Há dias em que alguns alunos parecem estar a mil por hora e nada prende a atenção deles. Isso não significa que sejam hiperativos.
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O problema pode ter raízes na própria aula - atividades que exijam concentração muito superior à da faixa etária, propostas abaixo (ou muito acima) do nível cognitivo da turma e ambientes desorganizados e que favoreçam a dispersão, por exemplo. Em outras ocasiões, as causas são emocionais.

"Questões como a morte de um familiar e a separação dos pais podem prejudicar a produção escolar", diz José Salomão Schwartzman, neurologista especialista em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Nesses casos, os sintomas geralmente são transitórios. Quando ocorre o TDAH, eles se mantêm e são tão exacerbados que prejudicam a relação com os colegas. Muitas vezes, o aluno fica isolado e, mesmo hiperativo, não conversa.

2. Só o médico dá o diagnóstico

Um levantamento realizado recentemente pela Unifesp aponta que 36% dos encaminhamentos por TDAH recebidos no setor de atendimento neuropsicológico infantil da instituição são originados da escola por meio de cartas solicitando aos pais que procurem tratamento para o filho.

"Em muitos casos, o transtorno não se confirma", afirma Muszkat.

A investigação para o diagnóstico costuma ser bem detalhada.

Hábitos, traços pessoais e histórico médico são esquadrinhados para excluir a possibilidade de outros problemas e verificar se os aspectos que marcam o transtorno estão mesmo presentes.

Como ocorre com a maioria dos problemas psicológicos (depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo), não há exames físicos que o problema. Por isso, o TDAH é definido por uma lista de sintomas.
Ao todo são 21 - nove referentes à desatenção, outros nove à hiperatividade e mais outros três à impulsividade.

3. Nem todos precisam de remédio

Entre os anos de 2004 e 2008, a venda de medicamentos indicados para o tratamento cresceu 80%, chegando a cerca de 1,2 milhão de receitas, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Diversos especialistas criticam essa elevação, apontando-a como um dos sinais da chamada "medicalização da Educação" - a ideia de tratar com remédios todo tipo de problema de sala de aula.

"Muitas vezes, o transtorno não é tão prejudicial e iniciativas como alterações na rotina da própria escola, para acolher melhor o comportamento do aluno, podem trazer resultados satisfatórios", explica Schwartz­wman.

Quando a medicação é necessária, os estimulantes à base de metilfenidato são os mais prescritos pelos médicos. Ao elevar o nível de alerta do sistema nervoso central, ele auxilia na concentração e no controle da impulsividade.

O medicamento não cura, mas ajuda a controlar os sintomas - o que se espera é que, juntamente com o acompanhamento psicológico, as dificuldades se reduzam e deixem de atrapalhar a qualidade de vida.

Vale lembrar que o remédio é vendido somente com receita e, como outros medicamentos, pode causar efeitos colaterais. Cabe ao médico avaliá-los.

4. O diálogo com a família é essencial

Em alguns casos, os professores conseguem participar das reuniões com os pais e o médico.

Quando isso não é possível, conversas com a família e relatórios periódicos enviados para o profissional da saúde são indicados para facilitar a comunicação. É importante lembrar ainda que não é por causa do transtorno que professores e pais devem pegar leve com a criança e deixar de estabelecer limites - a maioria das dificuldades gira em torno da competência cognitiva, da falta de organização e da apreensão de informações, e não da relação com a obediência.

Durante os momentos de maior tensão, quando o estudante está hiperativo, manter o tom de voz num nível normal e tentar estabelecer um diálogo é a melhor alternativa.


"Se o adulto grita com a criança, ambos acabam se exaltando rápido e, em vez de compreender as regras, ela pode pensar que está sendo rejeitada ou mal compreendida", diz Muszkat.


5. O professor pode ajudar (e muito)

Adaptar algumas tarefas ajuda a amenizar os efeitos mais prejudiciais do transtorno.
Evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência.

Deixar alunos com TDAH próximos a janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um fator de distração.


Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração.

Já a energia típica dessa condição pode ser canalizada para funções práticas na sala, como distribuir e organizar o material das atividades.


Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das tarefas.

Propor intervalos em leituras longas ou sugerir uma pausa para tomar água após uma sequência de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar o trabalho quando estiver mais focado.

De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva.

Esta, aliás, é uma reflexão importante para motivar não apenas os estudantes com TDAH, mas toda a turma.

Fonte: Revista Nova Escola