segunda-feira, 26 de abril de 2010

Educando nos dias de hoje: o sucesso da disciplina assertiva - Dra. Adriana Couto Rosa Dutra de Oliveira


Sempre busquei uma escola que fosse capaz de suprir as necessidades acadêmicas sem perder de vista o fato de que nem todas as crianças caem na faixa normal da curva de Gauss.

A maioria das escolas se mostra adequada para grande parte das crianças, mas são inúmeros os pais que se queixam de que não conseguem encontrar uma escola adequada para seu filho(a) que tem TDAH, distúrbio do aprendizado, ou outros diagnósticos. Essas crianças ficam à mercê da sorte, de encontrar uma professora que compre sua briga.
O destino fez com que, por acaso, durante nossa estadia nos Estados Unidos, meus filhos fossem matriculados numa escola dessas. Olhando de fora parecia uma escola comum. Pública, de classe média, numa cidade do interior. Mas não demorou para que percebêssemos que tinha alguma coisa diferente ali. Dia após dia, as crianças chegavam em casa com algum sucesso para contar.

Era papelzinho atestando como eles estavam em silêncio no corredor, ou um vale que dava direito a passar 15 minutos na biblioteca devido a algum bom comportamento, ou um aviso dizendo que em tal sexta-feira, porque a classe estava mostrando grande habilidade em solucionar os atritos, eles poderiam levar um brinquedo. Até que uma tarde tocou o telefone.

Uma das professoras ligou para conversar comigo. Começou dizendo como meu filho estava sendo muito paciente na sua adaptação, o quanto de coragem estava demonstrando cada vez que arriscava uma resposta mesmo sem dominar o idioma, como ele estava sendo respeitoso ao seguir as regras, como estava sendo tolerante com as outras crianças que não aprendiam no mesmo ritmo. E por aí afora. Após os elogios fiquei esperando para que ela passasse para os problemas.

Para minha surpresa, não havia problema algum. O telefonema era só para compartilhar o que estava dando certo!
Esse foi o ponto de partida para que eu procurasse o diretor. Nunca tinha visto uma escola tão positiva, que mudasse de modo tão animador o comportamento dos meus filhos. Queria saber qual era o método que eles aplicavam lá. Ele me explicou que lá existia um grande problema com a disciplina.
Todos os dias se formava uma fila de alunos “problema” que eram mandados para a diretoria para conversar. E que ele, diretor, ocupava parte do seu tempo tentando resolver esses assuntos.

Aliado a isso havia a queixa dos professores de que eles não haviam tido, durante sua formação, nenhuma orientação de como lidar com questões de disciplina, com crianças difíceis, com TDAH ou outros diagnósticos, que vinham de lares disfuncionais e que não se encaixavam e não respondiam às técnicas comuns que eles haviam experimentado.

Eles decidiram então usar um modelo que foi implantado numa escola em Tucson, Arizona. Aquela escola, de 800 alunos, mais de 80% de baixa renda e com crianças em grande desvantagem sócio-econômica foi por oito anos seguidos a campeã de suspensão de alunos na cidade.

Foi quando eles passaram a usar uma técnica, desenvolvida por Howard Glasser, inicialmente para tratamento de portadores de TDAH e posteriormente, devido aos seus resultados, estendida para todas as crianças. Por essa abordagem os professores desenvolvem um vocabulário riquíssimo para descrever os sucessos e pontos positivos de todos os alunos, de modo que eles começam a se enxergar sob uma perspectiva diferente e melhor.

A perspectiva de uma criança que consegue experimentar o sucesso no dia-a-dia. Ao mesmo tempo, colocavam regras claras e rígidas que, quando quebradas os alunos sabiam que teriam uma conseqüência já estabelecida. E que, quando eles optavam por quebrar essas regras, nenhuma grande atenção, além da necessária para impor a conseqüência, era gasta.


O resultado foi que, já no primeiro ano sob esse programa, apenas um aluno foi suspenso, não houve nenhum caso relatado de “bullying”, as notas aumentaram exponencialmente e nenhum professor pediu transferência para outra escola (o que era um milagre, já que ninguém queria lecionar lá)!!!


O segredo foi que os professores, após curto treinamento, conseguiam ver a apontar para os alunos, de modo muito convincente, os valores que cada um carregava dentro de si, suas qualidades e pontos fortes. Ninguém mais gastava energia e valorizava o que eles faziam de errado. Eles foram bombardeados por uma enxurrada de sucessos e se convenceram que podiam ser esse sucesso.
Imagine o que significou para tais crianças as mães receberem um telefonema não para comunicar uma suspensão, mas para dizer o quanto a criança estava sendo íntegra no último mês?

O que significa para uma classe ouvir que eles estavam mostrando tanto que sabiam planejar bem, fazer escolhas e permanecer na tarefa que, para comemorar, na sexta-feira iam ganhar uma festa?

Esses resultados de Tucson inspiraram centenas de professores a experimentar esta técnica em suas classes.


O que vi, nas diferentes escolas que visitei, foi professores em ambiente calmo, tranquilo, refletindo constantemente para seus alunos o seu potencial, não perdendo o controle quando alguma regra era quebrada, antecipando problemas e elogiando alunos quando eles se comportavam conforme o esperado.

Vi alunos querendo fazer parte daquelas classes, não chegando atrasados, não faltando às aulas, não deixando de fazer a tarefa e prestando atenção, porque queriam fazer parte daquele grupo!
Eu acredito na escola como a chance mais viável para se alcançar uma sociedade melhor. E sei que no Brasil, nossos problemas são ainda maiores.

Nossos professores são sobrecarregados, recebem salários injustos e, à semelhança dos americanos, foram treinados para ensinar e não para lidar com crianças difíceis, com problemas de disciplina. Penso que é hora de se disseminar esse modelo no nosso meio.

Ele não requer nenhuma tecnologia, não tem um custo alto e depende apenas de algumas horas de treinamento. Faz bem para os alunos, aumenta a auto-estima, melhora as notas, faz com que alunos e professores queiram ir para a escola.

Não só as crianças com TDAH ou com distúrbios do aprendizado passam a florescer.

Todas ganham. Ganham também os professores, que passam a trabalhar com prazer, e não num ambiente estressante.


O que é preciso para isso?

Poucas horas de treinamento, disposição e coragem para mudar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Coordenadores despreparados podem ser nocivos a vida de um TDAH

Por Alexandre Farias

Lendo o artigo abaixo sobre o caso do aluno de TDAH, eu começo a ter certeza de que muitos educadores e coordenadores estão longe de atuar na educação como ela merece.

Falta muito preparo, atenção, vontade e acredito que alguns acham que podem falar para o aluno o que quer e não quer. Engano do educador!

Não generalizo, alguns são atenciosos e sabem lidar com alunos que precisam do seu amor e carinho, mas outros preferem dar patadas e coices.

Lembro que meu filho sempre amava uma coordenadora chamada Adriana, que entendia e sabia quanto uma criança com TDAH sofre com suas impulsividades e falta de atenção. Ele chegou a ter um relacionamento ótimo por alguns anos com esta maravilhosa coordenadora a ponto de chamá-la de mãe e ela de Filho.

Quando saiu da escola e foi para outra que está, ele chorou por sua falta, mas tive que fazer esta troca devido a escola ser puxada demais. Para ele, o estudo estava sendo difícil demais por ter que estudar muito para as provas.

Mas como existem bons educadores, existem outros que acham que são Deuses.

Existe sempre aquele coordenador que não acredita que a criança tem Tdah e nem procura saber o que é, quais são e como são os efeitos de uma criança com transtorno de déficit de atenção.

Também, pra que? Não são eles que tem dificuldade, o dinheiro todo mês cai na conta e se dedicar um pouco para entender os transtornos de déficit de atenção é muita areia para o seu caminhãozinho.


Alguns tem seus cargos como vitalícios em algumas escolas e pensam que não correm o risco de perdê-los pela irresponsabilidade de não saber lidar com uma criança que não pediu para ser desta forma.

Talvez queiram ser ou são mal educados com estas crianças por saber que não vão dar conta do recado e não vão conseguir educar a criança com TDAH.

Ela(e) precisa jogar a sua falta de capacidade em alguém – e ai vai na criança. Incompetência pura!

Muitas vezes, situações como estas me faz desacreditar na pedagogia que mais parece em algumas escolas uma ditadura; as crianças não tem direito nenhum, não são ouvidas e apenas recebem broncas e falta de respeito de quem deveria amá-las.

As crianças precisam estar prontas para lidar com a ignorância dos coordenadores despreparados e ultrapassados.

Eu também sou um pai de uma criança com TDAH; eu sei que alguns coordenadores são totalmente hipócritas e despreparados pedagogicamente, sem falar de atitudes que merecem o desprezo do aluno do que a sua atenção.

Já tive o desprazer de escutar do meu filho que a sua coordenadora disse para ele na frente dos seus amigos de classe que TDAH não é problema, mas falta de educação. Se fosse falta de educação, ele ainda está em tempo para ser corrigido, mas ela já não tem mais idade para isso.

Falta de educação é o despreparo pedagógico por fazer o que não se pode fazer.

O grande problema é saber o que é falta de educação e TDAH. Pelo que percebi, a falta de despreparo pedagógico é o problema da coordenadora.

Não se fala do que não se conhece, não se fala do que não está preparada, não se trata um aluno desta forma – com ou sem TDAH – não é correto esta atitude e muito menos cristã.

Jesus nos disse que deveríamos amar o próximo como a ti mesmo e não matar o próximo.

Estas atitudes matam a vontade de ir para escola, matam a capacidade de uma criança com transtorno que busca em sua alma o interesse nas matérias, isso mata a educação!

O grande problema é que isso pode ser considerado preconceito – conceito pré-concebido sem conhecimento do assunto. Isso é crime!

Se o aluno é considerado um aluno de inclusão, seria o TDAH uma falta de educação?

Pelo projeto (PLS 402/08), o poder público deve manter programa de diagnóstico e de tratamento de estudantes da educação básica com essas duas disfunções, por meio de uma equipe multidisciplinar, com a participação de educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos, entre outros profissionais.

O projeto também assegura às crianças com dislexia e TDAH o acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento da aprendizagem, bem como estabelece que o Poder Público garanta aos professores da educação básica cursos sobre o diagnóstico e o tratamento desses dois transtornos, de forma a facilitar o trabalho da equipe multidisciplinar.

O projeto original previa somente o diagnóstico e o tratamento da dislexia nas escolas. Segundo o parlamentar, as crianças com esse tipo de transtorno não recebem, atualmente, atendimento específico e especializado nas escolas públicas brasileiras. – A criança com dislexia, devido às suas dificuldades de acompanhar o processo de aprendizagem dos demais alunos, tende a sentir-se frustrada e, pelo menos uma parte delas, pode desenvolver problemas emocionais e comportamentos anti-sociais, como excessiva agressividade ou retraimento - afirma Camata.

A matéria já foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Na CE, a relatora, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), incluiu o transtorno do déficit de atenção no projeto, ao justificar que, assim como a dislexia, o TDAH também ocasiona dificuldades na escola, tanto na aprendizagem quanto no relacionamento social. - Cabe ressaltar que o TDAH é reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em alguns países, seus portadores são protegidos pela lei, no que diz respeito a tratamento diferenciado na escola - justifica a senadora.

Agora que já foi citada a lei que fornece ao aluno com TDAH uma proteção diante da justiça, será que ser desprezado e humilhado diante dos colegas não acarreta outros problemas mais sérios que a Ritalina não vai resolver?

Um educador deveria ter no mínimo um preparo para chamar a atenção de uma criança, será que ele não sabe que isso pode causar um processo pelos direitos da criança e adolescente e baseados nas leis que protegem o portador de TDAH que é considerado um aluno de inclusão?

Chamar a atenção é uma coisa, outra é querer ridicularizar a criança na frente dos colegas de classe.

Não estou defendendo que a criança possa fazer o que quiser, mas é necessário saber como fazer isso sem prejudicar o seu processo educativo.

Mas isso é um reflexo do preparo de alguns educadores.

Dizer é muito fácil, responder pelos seus atos diante da justiça é que pode ser difícil.

Lute pelo seu filho, não deixe que nenhum educador possa fazer do seu filho um boneco manipulado pelo seu ego.

O Narcisismo também é um pecado que leva o educador a ruína.

Diretoria de Ensino de São Bernardo considerou retenção irregular e promoveu adolescente portador de TDAH

Renan Rodrigues- Especial para o Agora

O aluno Tomaz Cardoso de Brito, da EME Alcina Dantas Feijão, foi reprovado irregularmente na primeira série do ensino médio, no ano passado, pela direção da escola. A Diretoria de Ensino de São Bernardo do Campo, responsável pelas escolas estaduais e municipais de São Caetano, considerou ilegal a retenção do estudante portador de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e o aprovou para a série seguinte.

Tomaz, que tem TDAH diagnosticada desde 1997 e utiliza o medicamento Ritalina, já havia sido reprovado em 2005, na mesma escola. "Fiz diversos apelos, inclusive no mês passado, para um melhor acompa-nhamento e uma melhor comunicação entre a escola e a família, explicando as necessidades especiais dele, mas nenhuma atitude foi tomada”, disse Iremar Ferreira, pai do adolescente.

Segundo Ferreira, diversas reuniões foram marcadas com a participação do Conselho Tutelar, Diretoria de Ensino, a família e representantes do Alcina, mas a escola se recusou a oferecer acompanhamento individualizado para o estudante. "Durante uma reuniãode pais e mestres, o assistente de direção, sr.Takahisa, disse que os alunos que estivessem com dificuldades deveriam pedir transferência para outra escola mais fácil”, afirmou Ferreira.

Especialista em TDAH, a psicoterapeuta e diretora do Instituto Paulista de Déficit de Atenção, Cacilda Amorim, explica a importância da preparação dos educadores. "O TDAH é um transtorno de base orgânica e a dificuldade de atenção e impulsividade não deve ser confundida com falta de interesse da criança ou adolescente. A escola tem um papel importante e precisa ser orientada.
Infelizmente, os profissionais ainda são pouco preparados.”

"Meu filho está motivado e quer acompanhar. Não vou retirá-lo do Alcina, pois é lá que ele quer estudar”, afirmou Ferreira. Durante a semana, a reportagem tentou entrar em contato com a diretora do Alcina, Maria Teresinha Fiorotti, mas não obteve resposta.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cadastro de Médicos - TDAH


Algumas pessoas me pedem indicações de clínicas em diversos lugares do Brasil -


Estou colocando o link dos profissionais que tratam o TDAH - Depois, voltem ao blog pelo acesso do seu computador, o site da ABDA não tem um link específico para voltar ao blog.


Todas as informações sobre capacitação e ou especialização em TDAH dos profissionais cadastrados foram fornecidas pelos próprios, estando a ABDA isenta de responsabilidade sob a conduta de cada um. Os próprios profissionais disponibilizam um pequeno currículo que pode ser visto ao clicar no link RESUMÉ.


O blog Mundo da criança Hiperativa não se responsabiliza pela conduta de cada um, apenas estamos ajudando na divugação dos médicos pela ABDA.


Cadastros de Médicos do Estado de São Paulo




Cadastro de Médicos - MG





Cadastro de Médicos - RJ




Cadastro de Médicos - PR




Cadastro de Médicos - SC




Cadastro de Médicos - RS




Cadastro de Médicos - GO




Cadastro de Médicos - DF




Cadastro de Médicos - BA





Cadastro de Médicos - ES




Cadastro de Médicos - PE





Cadastro de Médicos - MA


TDAH - QUESTÕES PRÁTICAS, TEÓRICAS E POLÊMICAS

Atenção: EVENTO EXCLUSIVO PARA PROFESSORES
O evento que acontecerá em SP será transmitido também ao vivo para todo o Brasil através do site www.atencaoprofessor.com.brInscrições gratuitas em: http://www.dialogoscapitais.com.br/tdah/
Data: 16/04/2010 – sexta feira
Horário: Credenciamento e Brunch: as 12:30 horas -
Debates: das 13 às 16:30 horas
Local: Teatro Arena da PUC (Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes – São Paulo – SP)
Apoio: ABDA e Novartis